Morre, no Recife, criança
de 1 ano que tinha doença rara
Foi enterrado no final da manhã deste domingo (24),
em Escada na Mata Sul de Pernambuco, o corpo do menino Matheus Henrique,
de 1 ano e 4 meses. Ele sofria de trombofilia, uma deficiência rara na
coagulação do sangue por falta de proteína C, conhecida também como ‘púrpura
fulminante do recém-nascido, e estava internado na UTI Pediátrica do Hospital
Esperança, no Recife, onde acabou falecendo no sábado (23).
Eduardo Lacerda, pai da criança, disse que os
períodos em que Matheus ficou sem receber o medicamento Ceprotin, utilizado no
tratamento da doença, foram determinantes para o ocorrido. “Enquanto ele estava
recebendo a medicação, ele tinha uma vida normal. A situação dele só veio
agravar quando deixou de tomar o remédio”, disse.
A mãe de Matheus, a auxiliar administrativo
Gerlainy Lacerda, ganhou na Justiça em 2012 o direito de ter o anticoagulante
custeado pelo governo de Pernambuco. Ele é fabricado fora do Brasil e cada
ampola custa quase R$ 3,9 mil. Neste ano, de acordo com Gerlainy, o Estado
atrasou a entrega em março e outubro.
No início do mês, a Secretaria de Saúde de
Pernambuco havia entregado 22 ampolas do Ceprotin aos médicos responsáveis pela
criança. O remédio foi emprestado pelo Estado da Bahia, onde há outro caso de
trombofilia. A hematologista Ana Cláudia dos Anjos, que acompanhava Matheus,
foi enfática quando perguntada se os períodos em que o menino ficou sem o
Ceprotin foram decisivos para a morte dele: “Sim, com certeza”.
Emocionado, o pai da criança afirmou que pretende
entrar com uma ação judicial contra o Estado. “Eles assassinaram nosso filho. A
gente está há um ano e quatro meses nessa luta, minha esposa passou
praticamente um ano dentro daquele hospital. Agora é esfriar a cabeça um
pouquinho, botar os pés no chão e ver o caminho que vamos seguir”, ponderou.
Em
nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que tomou todas as medidas para
garantir ou
prolongar a vida de Matheus. O órgão informou que investiu cerca de
R$ 2 milhões na aquisição de 780 ampolas do Ceprotin. A secretaria ainda
colocou que os períodos em que a criança ficou sem o remédio aconteceram porque
houve mudanças nas dosagens "sem a
prévia comunicação".
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